Páscoa
Cristo, isolado em seu sepulcro, assume todos os pecados da Humanidade. Ele acolhe esta escuridão em seu Ser e assim, reintegrando a origem da Humanidade, Ele ressuscita, renasce.
Estamos vivendo esta Páscoa de forma isolada, cada um consigo mesmo e com aqueles que partilham seu lar. Buscamos o sentido real deste momento. Como viver esta Páscoa tão solitária?
Penso que, dar sentido às coisas e fatos em nossa vida, é voltarmos para nossas origens, olharmos para a história da nossa família e para a nossa história individual. Perceber o quanto escolhemos e realizamos influenciados por hábitos familiares. Tudo isso está contido em nós, como o caminho até aqui.
E, então, chega a hora de olharmos para nossos erros e acertos. Agradecer por tudo e, em uma confissão sincera, reconhecermos e perdoarmos a nossa parte escura. Redimi-la e, num esforço verdadeiro, reintegrar nosso EU, renascer. Neste momento, viver um auto resgate e retomar os sentidos do tato, do olfato, do paladar, do ouvir e da visão nos reapropriando da nossa sensibilidade. Quando iluminamos nossos medos trazemos à consciência a nossa escuridão e a acolhemos. Nos tornamos luz, saímos do torpor e assim, com lucidez, podemos ir acendendo a luz de todos os que estão a nossa volta. Para curar e auxiliar aos outros precisamos nos curar como indivíduo.
Nesta Páscoa, pratique o auto perdão, reconheça o que está te fragmentando, reintegre suas partes e assim renasça com Cristo.
Renata Lis Bellinello