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Epifania

Ontem terminou o tempo da Epifania que começou no dia 6 de janeiro e se estendeu por 4 domingos.

Vamos recapitular um pouco. A cada ano somos chamados para sentir e viver o Natal e as Doze Noites, terminando nossa jornada na Epifania. Esse período e os seus rituais nos proporcionam um contato com a parte forte e plena de luz que vive em nós, relembrando nossa origem espiritual. Viver esse processo a cada ano nos prepara para as metas mais elevadas da nossa existência e tem uma grande ligação com o sentido que vamos imprimir em nossas vidas.
Rudolf Steiner nos diz que todo ser humano tem um ser maior dentro de si e ao despertá-lo um mundo novo se descortina. A epifania é esse momento do despertar. Esta festa que é representada pela chegada dos Reis Magos ao estábulo onde estava a Criança Divina e pelo Batismo de Jesus no Jordão, fala da aparição do Divino.
Os Reis foram guiados pela estrela, que segundo Rudolf Steiner, era a alma radiante do Cristo, até o menino Jesus. E, 3 anos depois, o Cristo desce, em forma de pomba, em Jesus  através pelo Batismo.
Os Reis trazem 3 presentes, o ouro, que representa a sabedoria; o incenso representando o sacrifício ou o ofertório e a mirra a purificação.
Nos nossos tempos contemporâneos, podemos olhar a simbologia destes presentes e aplicá-la em nossa vida.
A sabedoria seria uma busca pela ciência espiritual, por um conhecimento que nos leva a atuar no mundo de maneira mais autêntica, com mais significado e com um valor que emana da nossa essência.
O significado do sacrifício  é a busca pela clareza do que podemos abrir mão com o objetivo de transformar sentimentos inferiores abrindo nossa vida para mais honestidade e simplicidade no sentir.
E finalmente, a purificação é o movimento de  trazer o que vive no inconsciente para a luz da consciência. Carl Jung falou que até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você vai chamá-lo de destino. Trazer à luz a força do nosso ser maior para uma vontade colocada a serviço do Cristo, é um trabalho de autoconsciência e autotransformação com um propósito crístico. A partir deste momento podemos escrever uma nova história, trazer o Cristo em nós para o consciente e gerar uma disposição para viver a partir deste EU renovado.

Neste período, dos 4 domingos que seguiram a Epifania, passamos por um desafio de fazer com que o caminho do Natal vá se estabelecendo como realidade no dia a dia. O desafio de criar possibilidades de gerar pensamentos que, busquem uma nova percepção da realidade e um anseio ou curiosidade pelo que o mundo tem a nos revelar. Mas, as lembranças do que vivemos no caminho das 12 noites podem ser aos poucos esquecidas ou ofuscadas pelas necessidades diárias do ano que se inicia. E a magia de permanecer neste impulso é o maior desafio.

Hoje começa um período chamado trinitário. Este é um período entre as festas, que segundo Rudolf Steiner, nos voltamos para a Trindade. A Trindade é o Divino, a Sabedoria que tudo abrange e que se torna Ensinamento para a humanidade. Viver neste período é buscar através, dos 3 presentes recebidos,  um atuar espiritualizado. Uma fala consciente, um pensar abrangente, um agir com significado. Um alargar o horizonte da nossa alma, estender nosso círculo de interesses a domínios muito mais amplos indo além do materialismo.

Temos neste momento a oportunidade de aplicar aquilo que aprendemos, transformamos e reconhecemos na Epifania. De recapitular o significado do caminho do Natal e exercitar este impulso renovado. E isso através, dos nossos relacionamentos, do nosso ritmo diário, da nossa forma de nos expressarmos.

A combinação do ritmo das festas cristãs, com o trabalho interior fortalece nossa assertividade e a nossa força de Vontade.

Vamos reconhecer o que nos foi revelado e aplicar o revelado no mundo.

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